A pandemia do novo coronavírus tem avançado no Estado de Pernambuco. Nesse momento, faltam equipamentos para intubação e já há fila de espera para o internamento de bebês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital Barão de Lucena (HBL), que fica localizado no bairro da Iputinga, no Recife.
Médicos da unidade relatam a preocupação diante do aumento de casos de covid-19, que também tem provocado impactos na faixa etária pediátrica. Os profissionais se preocupam cada dia mais com a alta dos registros de coronavírus divulgados nos boletins da Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) e com a realidade que enfrentam no dia a dia no atendimento aos pacientes.
“Equipe está exausta” diz médica
Segundo a SES-PE, até março de 2021 haviam sido registrados 632 casos de Covid-19 em pacientes com até 9 anos de idade. Em 5 de abril, haviam sido registrados 654 registros de quadros graves da doença, 22 a mais do que no mês anterior.
Em maio, o numero é ainda superior, com 686 casos, 32 a mais em comparação ao mês de abril. Referência no atendimento a bebês e crianças com sintomas respiratórios, o HBL começou a última quarta-feira (5) com cenário de superlotação de leitos.
“Na emergência pediátrica do Estado onde eu trabalho tem, neste momento, 10 bebês em respiração mecânica esperando vaga de UTI (unidade de terapia intensiva). Outros cinco precisando de intubação, mas não tem mais tubo nem ventilador. As famílias do Interior que não têm onde ficar estão dormindo no chão do lado de fora da emergência. A equipe está exausta; várias pessoas afastadas por depressão”, comentou uma médica do HBL em uma rede social.
Falta de material e insumos
Em conversa com o JC, outra profissional do Hospital Barão de Lucena contou que faltam respiradores e máscaras para fazer a ventilação não invasiva, conhecida como VNI, que é utilizada como medida para evitar a intubação dos pacientes. “Os profissionais estão muito sobrecarregados. Hoje (ontem) está sendo um dia muito difícil. Estamos vendo o caos novamente no HBL. É um clima de guerra”, relatou a médica.
A médica explicou que o hospital tem 12 leitos de UTI para crianças que apresentarem sintomas respiratórios graves, mas estas vagas não são suficientes para a atual demanda. “A emergência tem recebido um número muito maior nos últimos dias. No sábado, por exemplo, eram 37 pacientes, e parte deles em vermelho (classificação que indica risco de gravidade).”