Centro espírita reabre as portas após assalto que deixou quatro pessoas mortas

Emocionados, familiares das vítimas que frequentavam o Geap compareceram ao evento / Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem

Emocionados, familiares das vítimas que frequentavam o Geap compareceram ao evento
Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem

JC Online

Duas semanas após uma tentativa de assalto que terminou com quatro pessoas mortas, o Grupo Espírita Amor ao Próximo (Geap), situado no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, reabriu suas portas ao público. Na noite desta quinta-feira (20), as cerca de 400 pessoas que compareceram ao local foram recebidas calorosamente com rosas brancas e, emocionadas, assistiram a uma palestra do publicitário Frederico Menezes com o tema “Se dez vidas tivesse, dez vidas daria pela causa da luz”. Familiares de Luisiana de Barros Correia Nunes e Alexandro Alves de Melo, frequentadores do Geap mortos na investida, estavam entre os presentes.

Para o palestrante da noite, o encontro de ontem serviu para enviar uma mensagem à sociedade, de que o bem não se intimida com o mal e que a esperança deve sempre prevalecer. “Desde o começo da humanidade o embate luz e sombra acontece. Cristo, quando estava na cruz, foi desafiado pelos seus algozes a descer de lá, caso realmente fosse o Messias, e ele não desceu. Há a ousadia das sombras, mas nós, que estamos atrelados ao desejo do bem, devemos ter a ousadia sadia de resistir e avançar. Vale a pena fazer o bem”, afirmou Menezes.

“A palavra de ordem da noite certamente é recomeço. Recomeçar faz parte da vida. A vida com todos os seus percalços traz consigo uma grande oportunidade de recomeçarmos, de vermos a vida a partir de outra ótica. Nesse contexto, nós estamos buscando nos reapresentar ao Mestre expondo amor, perdão e carinho”, comentou Mário Portela, um dos coordenadores do Geap.

Em um dos momentos mais emocionantes do encontro no centro espírita, que contou ainda com a apresentação do grupo musical espírita Voz e Caridade, o marido de Luisiana, Sérgio Costa, que estava acompanhado dos dois filhos do casal, leu um trecho do livro que a esposa carregava consigo quando foi baleada. “Sempre é tempo de acreditar que não existe a morte. Existe a passagem para a vida mais feliz e mais completa. A vida que o próprio mestre prometeu e ressuscitou para provar que estava falando a verdade”, disse.

INVESTIGAÇÃO

Dos seis homens que participaram da ação criminosa ao Geap no último dia 5, dois foram mortos pelo cabo da Polícia Militar Alexandro Alves (que também foi baleado e morreu), dois estão presos no Centro de Triagem de Abreu e Lima e dois continuam foragidos. A investigação está sob a responsabilidade da Delegacia de Prazeres.