Por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a cidade de Campina Grande, na Paraíba, decidiu adiar a festa de São João. Em uma transmissão ao vivo na redes sociais, na noite desta segunda-feira (23), o prefeito Romero Rodrigues (PSD) anunciou que as comemorações acontecerão entre os dias 9 de outubro e 8 de novembro. De acordo com o boletim desta segunda-feira (23) do Ministério da Saúde, há dois casos da doença confirmados no território paraibano. “Depois de 36 anos, o ‘Maior São João do Mundo’ não acontecerá no mês de junho, mas do dia 8 de outubro ao dia 9 de novembro. Essa é a alteração da data para a realização desse megaevento que representa nossas raízes, nossa cultura e, do ponto de vista econômico da cidade, tem um grau de importância até maior do que o Natal”, disse o prefeito. São João em Pernambuco Em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, ainda não havia definição, na noite desta segunda-feira (23), sobre a realização do São João 2020. Na cidade de Petrolina, Sertão do Estado, um decreto municipal adiou o São João por prazo indeterminado. A mudança no São João de Petrolina afetou também outros festejos públicos do primeiro semestre. De acordo com o prefeito, Miguel Coelho (MDB), os recursos que estavam previstos para esses eventos serão realocados para a saúde pública, em especial, para o enfrentamento ao coronavírus. Casos de coronavírus confirmados no Brasil O número de mortes decorrentes do novo coronavírus ficou em 34, conforme atualização do Ministério da Saúde publicada nesta segunda-feira (23). Até esse domingo (22), o número de pessoas que vieram a óbito estava em 25. A taxa de letalidade no Brasil está em 1,8%. Os falecimentos seguem concentrados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Enquanto São Paulo registrou 30 pessoas que perderam a vida em decorrência da pandemia, foi no Rio de Janeiro que ocorreram as outras quatro fatalidades. O total de casos confirmados saiu de 1.546 nesse domingo (22) para 1.891 segunda-feira (23), um acréscimo proporcional de 22% e de 345 em números absolutos. Como epicentro da pandemia de covid-19 no Brasil, São Paulo também lidera o número de pessoas infectadas, com 745 casos confirmados. Em seguida vêm Rio de Janeiro (233), Ceará (163), Distrito Federal (133), Minas Gerais (128) e Rio Grande do Sul (86). Também registram casos confirmados Santa Catarina (68), Bahia (63), Paraná (56), Pernambuco (42), Amazonas (32), Espírito Santo (29), Goiás (23), Mato Grosso do Sul (21), Rio Grande do Norte (13), Acre (11), Sergipe (10), Alagoas (sete), Piauí (seis), Pará e Tocantins (cinco), Rondônia (três), Maranhão, Paraíba, Roraima e Mato Grosso (dois) e Amapá (um). No início da semana passada, o ranking era liderado pelos estados do Sudeste e do Sul, além do Distrito Federal. O maior número de casos segue concentrado no Sudeste e no DF, mas a lista ganhou a presença do Ceará entre as primeiras colocações. Medidas econômicas Desde o fim da semana passada, o governo federal vem anunciando medidas econômicas diversas para a crise, como benefício a pessoas no cadastro único, liberação de compulsórios aos bancos, retirada de exigências para empregadores (como depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Ontem foi editada medida provisória prevendo a interrupção do contrato de trabalho por até quatro meses, retirando também a remuneração. A medida gerou reações negativas e o governo anunciou a revogação desse mecanismo. Hoje, o presidente anunciou pacote de auxílio aos estados. Durante coletiva de imprensa dos ministros sobre ações contra covid-19, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, explicou por que houve a revogação. “As pessoas estavam entendendo que não teria nenhuma contraprestação do empregador. E não é isso que estava no texto. A ideia do texto era muito clara. Haveria uma contraprestação por parte do empregador. Um acordo entre empregados e empregadores, para que, obviamente, o empregador pagasse os custos do empregado, sempre respeitando a Constituição Federal, que garante o salário mínimo para todos. No entanto, houve uma interpretação equivocada. Diante dessa interpretação equivocada e do descasamento das medidas – que houve por conta de uma medida não ser orçamentária e outra ser orçamentária – o presidente entendeu por bem uma revogação desse dispositivo. E pediu que nós pensássemos em um novo dispositivo, em outra medida orçamentária”. O secretário também antecipou que em breve serão lançadas medidas unindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a ajuda por parte do Estado para com os empregados e os empregadores, em prol da proteção do trabalho. Transmissão comunitária No fim da semana passada, o governo federal enquadrou todos os estados em situação de transmissão comunitária, quando não se sabe mais a origem da doença naquela localidade. Com isso, as recomendações adotadas para esses locais ficam valendo para todo o país, como o isolamento de pessoas com sintomas e familiares e restrição ao mínimo possível da circulação de idosos acima de 60 anos.